SEJAM BEM VINDOS

Quem ama a Natureza, vai se apaixonar pelo Candomblé...Religião de matriz africana, que cultua todas as forças e elementais da Natureza. Sejam bem vindos e participem!

Obá Odé Kitalamyn

Este Blog Tem a finalidade de contar as minhas origens dentro do Candomblé, desde a pequena cidade nigeriana de Eniyawurá, até a chegada do Axé no Brasil, pelas mãos de Rufino (Ungibemin), passando por Hilário (Ojú-Obá), Mario Barcellos (Obá-Telewá), até chegar em minhas mãos.

Como dirigente máximo do Axé do Xangô de Ouro, hoje comando esta Família ! Este Blog vai mostrar a História do Axé, ilustrações, imagens, vídeos, membros, enquetes, fóruns, entre outras coisas. Faça parte deste universo. Seja bem vindo!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

"MÃE DEUSA" - Um Excelente Livro de Receitas Para os Orixás

Minha esposa, Deusa Costa Barcellos, no mundo do Santo conhecida como Dofonitinha D'Oxum, filha do saudoso Guilherme D'Ogun, resolveu divulgar e publicar seus conhecimentos da culinária dos Orixás, lançando seu trabalho "MÃE DEUSA - A COZINHA ALTERNATIAVA DOS ORIXÁS", pela Pallas Editora. Realmente um trabalho excepcional e de muito bom gosto, onde Deusa traz novas receitas de oferendar nossos Orixás, Voduns e Nkisses, através de elementos e misturas inéditas, sutis e de ótimo bom gosto.


Deusa custou a aceitar o convite para publicar esse trabalho, mas cedeu ao perceber que suas receitas devem ser de conhecimento e prática de todos aqueles que gostam de fazer singelas homenagens aos Santos e Encantados.


A capa foi de uma escolha primorosa, bem própria para uma filha de Oxum, merecendo a Editora Pallas os parabéns pela sensibilidade e o capricho. O conteúdo está muito bom! Tive o prazer e a honra de prefaciar o livro e me deparei com oferendas, misturas e "mimos" aos Orixás, que me surpreenderam, com certeza...

Recomendo, portanto, o livro "MÃE DEUSA - A COZINHA ALTERNATIVA DOS ORIXÁS", não por ser um livro de autoria da minha mulher, tão somente, mas por valer a pena, dado ao rico conteúdo e o bom gosto do trabalho, como um todo. Nele se pode encontrar também, receitas e dicas diversas, através das oferendas. O livro está em todas as livrarias, bem como em casas de artigo de Umbanda e Candomblé.

Confira...com certeza você vai gostar!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

CANDOMBLÉ Trabalhos de Kitalamyn.wmv



Uma mostra dos meus trabalhos em livros, vídeos, blog e site.
Sempre na ativa, em defesa das tradições Afro-Brasileiras.

Os mais antigos na frente

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Aline Calixto - Oxossi

Uma linda homenagem ao Orixá Oxossi...meu pai!
Aline Calixto, com sua voz de veludo, realmente dá um show!
Okê Arô!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pretos Velhos

Maio se comemora o dia dos Pretos Velhos.

Nem todos dão importância a essa maravilhosa falange, mas muitos sabem de sua importância, nos conselhos, na cura de doenças, na proteção dos lares, nas boas mandingas...


Nossos queridos Velhos, que nos ajudam a nortear nossas vidas. São a mágica da Umbanda! As Casas que cultuam as Almas Santas e Benditas, sempre tem uma proteção a mais e podem oferecer aos assistentes e aos próprios filhos da Casa, a bênção, a proteção, o alívio de muitas dores físicas, espirituais e do coração. Pretos Velhos são para todos nós, uma dádiva, reconhecida com toda certeza!

São eles os antigos escravos, martirizados pelos capitães da mata, pelos capatazes e senhores de engenho. Aqueles que se sacrificaram pelos mais jovens. Espíritos de grande luz, sabedoria, bondade, paciência e conhecimento da mágica. Esses são os nossos velhos, protetores e conselheiros!

"Adorei as Almas!"

terça-feira, 11 de maio de 2010

Macumbão / Funk - Coisa de África Mesmo!



Misturando um toque tradicional como Hamunha (toque da Nação Ketu), com o Funk!
Só pode ter uma origem genial...a africana! E dizem que esse povo não contribuiu com nossa cultura? Ah, que isso! Não seríamos o que somos sem essa genialidade!

sábado, 8 de maio de 2010

Reza de Oxalá.wmv



Uma reza de Oxalá e Orunmilá, que pede paz entre os homens. Uma reza que destaca a harmonia entre o homem e a Natureza. Um pedido de clemência, de sossego entre os seres vivos. Também é uma saudação ao pai do Branco, o Pai dos Orixás. Essa reza de Oxalá é muito recitada dentro da minha Família de Santo, o Axé do Xangô de Ouro e em muitas outras Casas de Candomblé, pela sua importância e também pela sua beleza.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pai Agenor Miranda Rocha


Um Mestre...Um Oluwô...Uma Lenda!

Agenor Miranda Rocha...inesquecível, por sua bondade, sabedoria, conhecimento, desprendimento, humildade, amor ao candomblé e aos seres humanos. Apaixonado pela Natureza!

Ah...se todos seguissem o exemplo do querido e inesquecível Mestre Agenor, filho de Oxalá, cujo conhecimento não teve esquivas para repassar aos verdadeiros candomblecistas. Eu me sinto um privilegiado por estar com ele, aprender com ele e vivenciar essa verdadeira lenda, que deixa muitas saudades, mas que também nos legou o verdadeiro caminho do Orixá!

sábado, 24 de abril de 2010

culto a baba egum

Milenar culto aos Babás Eguns, ancestrais poderosos e sagrados, dentro dos rituais do Culto à Natureza. Tais rituais nessas proporções, pouco são praticados no Brasil, mas não podemos esquecer do tradicional e muito respeitado terreiro da Ilha de Itaparica, na Bahia, onde essa prática continua sendo perpetuada com muito respeito às tradições.

O culto ao Babá-Egun, cuja tradução poderia ser "pais desencarnados" ou "ancestrais", no Brasil, vem acontecendo desde a chegada dos escravos neste país e principalmente após a abolição da escravatura. É um rito mágico, belíssimo e permeado de grande fundamento.

O vídeo dá uma mostra desse culto praticado na África, com mais ênfase no Benin e na Nigéria, lugares onde o culto ao Orixá cresce a cada dia. Realmente espetacular...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Exú - Princípio da Vida.wmv



Na grande maioria das vezes, Exú é sempre mal interpretado. Quando não é confundido com capeta e/ou coisa do mal, é visto como o ser da noite, das encruzilhadas. simplesmente. Exú é muito, mas muito mais que isso. Pouca gente, até mesmo da Religião, não consegue ver que Exú é a presença mais marcante em nossas vidas e neste elo entre o material e o imaterial. Age no nosso corpo, em nossas emoções, em nossas atitudes e até na construção de nossa prole.

Exú é considerado o princípio da vida, a primeira chama, a célula mater de cada ser vivo, seja animal, seja vegetal e mineral. Incrível, mas é assim mesmo! No meu livro, "OS ORIXÁS E O SEGREDO DA VIDA", já faço uma expolanação sobre Regência Subjetiva de todos os Orixás, inclusive e principalmente dele, mas é sempre bom divulgar as características deste imprescindível Orixá, bem como as outras e importantes influências de Exú em nossas vidas.

Esse rápido video, disponibilizado também no Youtube com o nome: Exú - Princípio da Vida, mostra e define tudo que quero explicar. Espero que gostem. Laroy ê!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Texto do Babalawo Rafael Zamora


IFÁ é um oráculo que, segundo consta, nasceu no Antigo Egito e migrou para a África Ocidental, especialmente para as regiões onde hoje estão localizados a Nigéria e Benin. Nestas terras encontrou condições de desenvolver-se e estabelecer-se até nossos dias, tendo chegado a Cuba e ao Brasil no século passado com os escravos Nagôs. Infelizmente, os últimos sacerdotes de IFÁ tradicionais do Brasil morreram há algumas décadas, o que não ocorreu em Cuba, por particularidades históricas. Atualmente, apesar da Revolução Socialista Cubana, existem cerca de quatro mil Babalawos consagrados, mantendo viva e aprofundando a tradição de IFÁ.

Este oráculo é composto por 256 signos ou odun de IFÁ, cujo corpo literário contém, pelo menos, 101 histórias relacionadas a cada um deles. Neste contexto, é possível entender o passado, o presente, o futuro, a origem mística de todas as coisas, a psicologia humana, as formas de pensar e atuar da Humanidade, as doenças espirituais, a cura pelos ritos e a farmacologia vegetal.A Sociedade de IFÁ e Cultura Afro-Cubana no Brasil convida todas as pessoas interessadas a conhecer e compartilhar do trabalho que está sendo realizado. Este intercâmbio é fundamental para estreitar as relações entre IFÁ e o CANDOMBLÉ, já que estas sempre foram boas e serão melhores a cada dia, visto que, não se trata de religiões diferentes ou divergentes. Pelo contrário, têm a mesma origem e cultuam os mesmos Orixás. Na verdade, o que as diferencia é o modo de comunicação com os Orixás, a forma de transmissão do conhecimento e os rituais de iniciação.

IBORU, IBOYA, IBOSHESHE

O "Saber Ancestral" do Babalawô Rafael Zamora


O Babalawo e jornalista cubano Rafael Zamora Díaz, Awó de Orumilá Ogunda Keté, reside no Rio de janeiro há 16 anos e é presidente-fundador da Sociedade de Ifá e Cultura Afro-Cubana no Brasil.
O trabalho desenvolvido por ele está fundamentado em um oráculo, de origem Nagô, que abrange toda a cultura Yorubá e dos Orixás e ele o realiza em diversos países, como a Nigéria, Venezuela, México, Cuba, Panamá, Estados Unidos, Porto Rico, Belize, Peru e Colômbia.
Tive o prazer e a satisfação de conhecê-lo logo que chegou ao Brasil e maior satisfação ainda quando ele deu sua bênção e consagração ao meu filho caçula e filho de Santo, Maxmiliano Barcellos (Kajalabi de Oxoguiãn), na oportunidade onde foi confirmado para Ogã - Alabê do Palácio Azul de Ibualama, Ilê Axé Kitalamyn, minha Casa de Santo. Naquele época, meu filho já estava sendo confirmado como Ogã aos sete anos de idade e hoje, com 28 anos a se completar em 26 de maio, se transformou num grande defensor da Cultura Afro-Brasileira, assim como Rafael Zamora, o qual considero como um expoente dentro da Religião. O Babalawô Rafael Zamora, pessoa simples e de profundíssimo conhecimento do Candomblé (Santeria, como se diz em Cuba), apesar de seus inúmeros compromissos e obrigações, sempre tem um tempo para atender amigos e consulentes. E se você não conhece o jogo de Opelé-Ifá, deveria fazer uma consulta.

Daqui por diante, esperamos contar com a colaboração desse competente sacerdote, de forma a enriquecer cada vez mais este Blog, com informações e esclarecimentos sobre a Cultura Afro-Brasileira, da qual ele domina com maestria! Para quem não sabe, Rafael Zamora é filho de Xangô e, como tal, carrega as qualidades e atributos de seu Orixá, mostrando sempre austeridade, competência, liderança e sabedoria. É um privilégio, sem dúvida ser ser amigo!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Orixás e Seus Metais

Cada Orixá rege um tipo ou mais de metais na Natureza. A Cada um deles é atribuído minerais que tem a ver com suas características e seus Axés. Na nação Ketu, principalmente, os metais dos Orixás estão assim distribuídos:

EXÚ - Ferro e Bronze

OGUN - Ferro
OXOSSI - LATÃO
OSSÃE - Ferro, Prata, Bronze, Estanho e Latão

OXUMARÊ - Ouro e Prata
OBALUAÊ (OMOLÚ) - Zinco e Estanho
XANGÔ - Bronze
IANSÃ - Cobre e Prata
LOGUN-EDÉ - Ouro e Latão
OXUM - Ouro
YEMANJÁ - Prata
OBÁ - Cobre, Platina e Prata
NANÃ - Estanho
OXALÁ - Prata e Aço.

A Dinastia dos Reis de Oyó


Oyó é uma importante cidade da Nigéria. Ponto de referência para a Divindade mais conhecida no Brasil: Xangô, um dos mais importantes reis daquela cidade. Desde a Fundação da Cultura Afro, a cidade de Oyó foi considerada uma das fundamentais para os Animistas, que cultuam a natureza. Cronologicamente, apresentamos os fundadores da cultura iorubana, Reis de Oyó:

ODUDUWÁ - O primor da Cultura Yorubana - 2000 a 1800 a.C.
OKANBI - Primeiro Alafin (soberano) de Oyó - 1700 a 1600 a.C.

ORANIAN - Segundo Alafin de Oyó - 1600 a 1500 a.C.

AJAKÁ - Terceiro Alafin de Oyó - 1500 a 1450 a.C.
XANGÔ - Quarto Alafin de Oyó - 1450 a 1403 a.C.
AJAKÁ (mais uma vez o nome) Quinto Alafin - 1403 a 1370 a.C.

AGANJÚ - Quinto Alafin de Oyó - 1370 a 1290 a.C.

Por isso, a cidade nigeriana de Oyó é tão famosa e importante, até os dias de hoje, pela sua tradição, fundamento e por ser, praticamente, o ponto de partida da cultura afro, ou yorubana. São muitas histórias e registros a serem divulgados, mas isso irá acontecer paulatinamente, para dividir e difundir essa Religião magnífica!

Reza Angola

Reza para as Mametus, ou seja, para as Santas femininas cultuadas na Nação Angola. Essa reza tem por objetivo, saudar as Mametus, pedindo paz, proteção e a chegada de boas notícias, boas novas...



"Oh, umbú yiú bê de mêa...
Oh, luangangí kaiangô...

Umbú yiú a gangí kaiangô.
Ade usutú, ade usutú, eh, mametu, Kaiangô!"

Essa reza vem logo em seguida da Reza Sekessedi, que faz parte do Ingorossí, reza fundamental da Nação Angola e que tem um profundo fundamento para quem segue a Nação.


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Se A Natureza Morre...Orixá Morre!


Tá bem difícil de fazer as pessoas entenderem que o Planeta Terra é nossa casa! O que é preciso fazer mais para que os grandes governantes se liguem para preservar o mundo? Fico pensando como se destrói com facilidade...Já não basta a emissão de gases poluentes, exploração e devastação de florestas sem razão e sem propósito.

Coisas assim vão, aos poucos, minando nossa casa, a Terra, sem a menor cerimônia. Por parte das pessoas, a mesma coisa acontece. Oh, gente sem educação! Ninguém se toca em selecionar o lixo. Mais fácil é encher os sacos plásticos e jogar nos córregos, rios, lagoas, manguezais, entre outros lugares. Depois choram quando vem as enchentes, que carregam suas casas e pertences. Já houve tempo que tinha pena dessa gente. Hoje vejo que muitos até chegam a merecer tal destino, pois ajudam a depredar a natureza sem o menor escrúpulo!

Não existe uma campanha forte para orientação...Nada se faz efetivamente para mostrar os males da poluição. Não bastasse a poluição visual, sonora, etc. Aliás, no Brasil, tudo anda meio poluido mesmo: Política suja, sem penas pesadas; violência desenfreada, com um Código Penal ultrapassado e cheio de lacunas; impostos absurdos (os maiores do mundo no Brasil), onde mostra que remédios tem mais impostos que bichinhos de pelúcia. Isso tudo é uma poluição geral.

No mundo afora, tantas coisas horrendas e hediondas. Homens bomba, guerras para "afanar" petróleo, países que querem apárecer desafiando o mundo com ameaças, religiões deformadas que intentam apenas manter seu alto nível e padrão de riqueza...tantos erros! O homem já não olha a natureza...não se preocupa com seu próprio bem estar nem de seus descendentes.

Tá tudo largado! Pobre homem, que luta com vontade, apenas para "salvar o seu" e que o resto se exploda! É gente...o mundo está assim. O povo quer que tudo se dane. Governos? Esses são os piores, pois vem deles os piores exemplos. Não há nenhum tipo de consciência. Não mais a verdadeira religiosidade. Não se olha, não se presta mais atenção nas maravilhas criadas por Deus e dada a nós, de mãozinha beijada. O homem não tem mais educação.

Somos modernos neandertals...nada mais. Um amontoado de mais de seis bilhões de animais tidos como racionais, mas que agem de forma absolutamente irracional. Este é o nosso mundo.

E existe a questão que: Se a Natureza morre...o Orixá também morre. Isso é certo, indiscutível! Orixá é Natureza...Natureza é Orixa. Não se desvincula uma coisa de outra!

Porra, gente... Preserve o meio ambiente.
Afinal, caramba...é a nossa Casa! Esse é o mundo onde precisamos, a todo custo, cultuar a Natureza, nossa Mãe Terra! Se liga!!!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Com a Força de São Jorge / Ogun

ORAÇÃO AO SANTO GUERREIRO
"Fica ao meu lado, São Jorge Guerreiro...Ogun, Senhor da guerra. Com tuas armas, teu perfil obstinado, me guarda em ti, meu Santo Padroeiro. Me leva ao céu em tua montaria."
Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos tendo pés, não me alcancem; tendo mãos, não me peguem; tendo olhos, não me vejam nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar. Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça. Virgem de Nazaré me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições e Deus, com sua Divina Misericórdia e grande poder seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos. Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo. São Jorge Rogai por Nós.
Viva São Jorge da Capadócia - Ogun Iê!!!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

TRADIÇÕES SÃO PARA SEMPRE

Uma vez que existe a Tradição, ela será eterna...senão não é tradição. No Axé Xangô de Ouro, do qual sou Babalaxé (dirigente máximo), não pode e não será diferente. Hoje estou sem casa aberta, pois logo irei passar o Talismã da Família para o Herdeiro, para ser o supervisor do Axé e caberá a ele abrir sua Casa e manter as milenares tradições do Candomblé e de nossa Família de Santo.
Esta, de fato, será a CASA MÃE do Axé...A legítima! Hoje, existe quem diga que outra Casa é a "Casa Mãe do Axé", mas isso é um equívoco sério que precisa ser desfeito. O núcleo do Axé é onde seu dirigente está, juntamente com os assentamentos sagrados da Família. Mesmo que não exista a Roça, o Abassá, o Ilê, a Casa, chame como achar melhor, o cerne do Axé será onde Babalaxé e Igbás (assentamentos) estiverem. Isso é tradição!
Portanto, por enquanto, não existe Casa Mãe do Axé. É um erro tal consideração ou denominação. E, na qualidade de condutor e chefe da Família Eniyawurá (Xangô de Ouro), não reconheço e desautorizo tal denominação provinda de qualquer filho, neto, sobrinho de Santo e muito menos de estranhos. Cada coisa no seu lugar, por óbvio...
O Axé do xangô de Ouro vive! E ele está centralizado na minha pessoa, que sou Guardião dos Reis. Não existe Casa Mãe, até que o herdeiro do Axé, de nossa Raiz, abra sua Casa.
Tal atitude apenas demonstra total falta de SABER ANCESTRAL...muito pouco usado nos dias de hoje.
Já não se faz Candomblé como antigamente...

Explicando Definitivamente o Candomblé / Animismo

Como já foi explicado por muitos estudiosos, o Candomblé / Animismo é uma Religião que cultua fundamentalmente a Natureza. No Brasil, o Animismo ganhou o nome de Candomblé...o Culto ao Orixá, que é a mesma coisa que Culto à Natureza. Porém, podemos explicar resumidamente o Animismo e/ou Candomblé, em três itens:

MITOLOGIA; LITURGIA; LÓGICA PLENA.


MITOLOGIA – O Animismo não criou livros, manuais. Trata-se de “TRADIÇÃO ORAL”. E os antigos africanos, para melhor se fazer entender aos mais jovens, personificou cada força da natureza, cada Orixá. E assim, as passagens de cada um deles, por milênios, foi sendo passada de pai para filho, e assim por diante.


LITURGIA – Os cânticos, os toques e oferendas se baseiam em cada uma das forças elementares da Natureza. Os rituais homenageiam o vento, as águas doces, o mar, a floresta, as pedras, as montanhas, os rios, a chuva, os raios, os trovões, enfim, todo movimento natural. A cada um deles, um procedimento litúrgico e milenar.


LÓGICA PLENA – O Animismo, embora poucos se atenham a este detalhe, se baseia na lógica, que difere completamente do mito. O Animista ensina que fazemos parte da Natureza e, por assim dizer, os Orixás atuam nos mínimos movimentos, sejam externos, no ato de misturar-se condimentos ou no ato de se acender uma fogueira, como no interno, ou seja, no funcionamento de nosso organismo, que sustenta a vida.


A Liturgia sustenta a Mitologia. A Lógica Plena é a função essencial do Animismo/Candomblé. É assim que funciona. Um grande segredo que na verdade está em todo lugar, para todos verem. Basta querer entender.

OS ODÚS E A CRIAÇÃO DO MUNDO

Odu quer dizer destino, signo, karma...

Olorun, o Deus Todo Poderoso, criou para este Planeta 16 odus principais, ou seja, 16 destinos possíveis. Cada um dos principais desdobra-se em 16, chamados de Omo-Odu, perfazendo um total de 256 odus. Cada um dos odus principais vai delinear uma situação, um objetivo, virtude e defeito. A Lógica desses 16 odus diz que cada um deles foi criado para dar corpo aos adjetivos bom, mau, feio, bonito, forte, fraco, triste, alegre e assim por diante, influenciando diretamente no comportamento de tudo aquilo que tem vida. Cada um deles carrega consigo um ponto de explicação determinado, assim definido:

Okanran – A Insubordinação

Eji-Okô – A Dúvida

Etá-Ogundá – A Obstinação

Irosun – A Calma

Oxé – O Brilho

Obará – A Riqueza

Odi – A Violência

Eji-Olíne – A Intranqüilidade

Ossá – A Alienação

Ofun – A Doença

Owanrin – A Pressa

Eji-Laxeborá – A Justiça

Eji-Ologbon – A Meditação

Iká-Ori - A Sabedoria

Ogbé-Ogundá – O Discernimento

Alafiá – A Paz

Os estudos sobre a Mitologia inca dizem que o 4 é o número de fixação, o número energético, o número magnético do planeta Terra. Este número multiplicado por ele mesmo, resulta 16, coincidentemente a mesma quantidade de odus principais, coincidência igual à questão da criação do mundo, segundo os nagôs. Para eles o mundo teria sido criado em 4 dias. Quatro também é a semana ioruba, ou seja, nagô, Olorun, então, teria criado quatro odus por dia, danto um total de 16, em quatro dias:

1º dia: Okanran, Eji-Okô, Etá-Ogundá e Irosun.

2º dia: Oxé, Obará, Odi, Eji-Okíle.

3º dia: Ossá, Ofun, Owanrin e Eji-Laxeborá.

4º dia: Eji-Ologbon, Iká-ori, Ogbé-Ogundá e Alafiá.

Desta iniciativa de Olorun, de criar 16 destinos possíveis, conclui-se que seu objetivo foi proporcionar personalidade a tudo a que ele mesmo deu vida, dar capacidade de comportamento a estes seres, uma vez que sabemos que tudo aquilo que tem vida, seja animal ou vegetal, tem a regência de um Odu, melhor, tem o seu destino delineado previamente.

Falamos de animais e vegetais mais confortavelmente. Deixemos por ora os minerais em compasso de espera, uma vez que os estudos sobre estes ainda não estão concluídos.

Olorun, através de suas divindades trabalhadores, de seus Arcanjos, fez o mundo. Criou a Terra, a Água, o Ar e o Fogo, os 4 elementos da Natureza (novamente confrontamo-nos como o número 4). E os elementos provenientes destes quatro elementais formaram as demais coisas vivas deste planeta.

Atribui-se a cada elemento principal quatro odus, ou seja, quatro destinos a eles ligados, que estariam assim distribuídos:

Terra – Irosun, Obará, Eji-Laxeborá e Iká-Ori.

Água – Eji-Okô, Oxé, Ossá e Eji-Ologbon

Ar – Eji-Oníle, Ofun, Ogbé-Ogundá e Alafiá.

Fogo – Okanran, Etá-Ogundá, Odi e Owanrin.

Voltamos à criação do mundo e dos odus na semana ioruba. No primeiro dia, foram criados os seguintes ogus: de Fogo (Okanran); Água (Eji-Okô); novamente o Fogo (Etá-Ogundá) e Terra (Irosun). No segundo dia Olorun criou mais quatro odus> Água (Oxé); Terra (Obará); Fogo (Odir) e Ar (Eji-Oníle). No terceiro dia foram criados os odus: Água (Ossá); Ar (Ofun); Fogo (Owanrin) e Terra (Eji-Laxeborá). No último dia, Olorun ratou da criação dos odus: Água (Eji-Ologbon); Terra (Iká-Ori); Ar (Ogbé-Ogundá) e novamente Ar (Alafiá).


A Lógica diz que cada um dos quatro odus criados por dia, corresponderia a cada um dos elementais, isto, de fato, aconteceu no segundo e terceiro dias como pode ser visto, mas houve mudanças, tanto no primeiro dia de criação, quando foram criados dois elementos Fogo, como no último dia, onde o elemento Ar aparece também duas vezes.

Por coincidência, isto veio a determinar os dois pólos de Panteão dos Orixás, onde aparecem: (a) Exu, como primeiro pólo, princípio ativo da vida, primeira chama do Universo, cujo elemento é o Fogo; e (b) Oxalá, que é o elemento último da corte dos orixás, princípio ativo da morte, o último suspiro de vida, cujo elemento é o Ar.

A Lógica da criação do mundo, segundo os sábios africanos tem, assim, bastante clareza, pois Olorun criou os odus, quatro por dia, em quatro dias, perfazendo 16 odus. Se levarmos com conta o provérbio “onde há fogo, há vida”, veremos que foi necessário a criação de dois odus ligados ao elemento Fogo, logo no primeiro dia, para que a vida tivesse força, melhor dizendo, para que o Fogo fosse o elemento de grande força de impulsão da vida. Olorun, então, deu equilíbrio de forças nos dois dias subseqüentes, criando odus ligados aos quatro elementais da natureza e, por fim, terminou no quarto dia criando os quatro odus, dois deles, entretanto, ligados ao elemento Ar, o que determinaria a força que se esvai. Explicando melhor: Ar, último suspiro de vida. Dois elementos Ar, no último dia. É o oposto da criação do primeiro dia. Se o Fogo confirma a vida, o Ar vai confirmar a morte, o fim da vida. Por este motivo é que Exu, o primeiro Orixá a ser criado, é o elemento Fogo, ligado à fecundação, ao princípio da vida, e que Oxalá, o último Orixá a ser citado, é o elemento Ar, ligado ao brando que é o luto, morte, o princípio do fim daquilo que vive.

O estudo de Odús no Brasil é restrito a alguns poucos Babalorixás e Yalorixás (Zeladores de Orixás), assim como a Oluwôs (chamados de videntes, ancião, manipuladores dos Búzios e Opelé-Ifá – que é outro tipo de oráculo). Mas com certeza, nascemos e vivemos sob a Numerologia dos Odús, sob sua influência...isso é certo!

Texto extraído do livro:

“OS ORIXÁS E O SEGREDO DA VIDA”

De Mario Cesar Barcellos

Pallas Editora - RJ